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Diferenças entre defeito, falha e pane.

  • Foto do escritor: Laboratório LABMAN
    Laboratório LABMAN
  • 26 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

A norma brasileira ABNT NBR 5462 define os termos relacionados com a confiabilidade e a mantenabilidade, ao ler a norma percebemos uma série de conceitos sobre “defeito”, “falha” e “pane”, são indicadas diversas configurações destes conceitos, tais como, “defeito crítico”, “defeito maior”, “falha por fragilidade”, “falha primária”, “falha secundária”, “pane permanente”, “pane temporária”, etc.

      Neste artigo vamos focar no entendimento do conceito geral do que venha a ser um “defeito”, uma “falha” e uma “pane”, e quando inicia e termina cada uma delas.

Vejamos os conceitos aludidos na NBR 5462:

(i) Defeito - Qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos seus requisitos. Notas: a) Os requisitos podem, ou não, ser expressos na forma de uma especificação. b) Um defeito pode, ou não, afetar a capacidade de um item em desempenhar uma função requerida

(ii) Falha - Término da capacidade de um item desempenhar a função requerida. Notas: a) Depois da falha, o item tem uma pane. b) A “falha” é um evento; diferente de “pane” que é um estado. c) Este conceito, como definido, não se aplica a itens compostos somente por software.

(iii) Pane - Estado de um item caracterizado pela incapacidade de desempenhar uma função requerida, excluindo a incapacidade durante a manutenção preventiva ou outras ações planejadas, ou pela falta de recursos externos. Nota: uma pane é geralmente o resultado de uma falha de um item, mas pode existir sem uma falha anterior.

Nota-se que os conceitos as vezes se sobrepõem, principalmente quando lemos as notas que visam apoiar o entendimento dos conceitos.

Prefiro observar tais conceitos através da linha do tempo que representa a progressão do estado do item/equipamento de acordo com seu atendimento ante as suas funções requeridas.

Observando a figura 1 percebe-se que o primeiro estado de anormalidade apresentado por um equipamento consiste no “defeito”, neste momento existe uma anomalia, mas a mesma não afeta o atendimento às funções requeridas por parte do equipamento. 

Figura 1 – Defeito, Falha e Pane no eixo do tempo



         Pode-se exemplificar tal situação como a descoberta, através da análise de vibrações mecânicas, de uma folga em um rolamento que não gera alta temperatura, nem vibração excessiva, no entanto, é considerada anormal, o que provoca a emissão de um laudo para correção, acarretando assim uma manutenção sob condição.

        O defeito precede uma falha, uma vez que esta consiste em uma anomalia que afeta alguma das funções requeridas, a existência da falha, mesmo que não interrompa totalmente o funcionamento do equipamento, já conferi ao mesmo um estado de inconfiabilidade, basta observarmos o conceito de confiabilidade apresentado na NBR-5462, “capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante um dado intervalo de tempo”.

          Desta feita, ao não atender 100% das suas funções requeridas o item se encontra em falha, perdendo assim a sua confiabilidade, a definição do momento da perda da confiabilidade é importante, pois define quando terminam as ações preventivas sobre o equipamento, e iniciam as ações corretivas.

    O surgimento da “falha” é o divisor de águas entre a manutenção corretiva e preventiva, ou seja, toda ação de manutenção realizada antes da falha, inclusive ações para correção de defeitos, são preventivas, já as ações de manutenção após o surgimento da falha são corretivas.

        Muitas empresas adotam o início da manutenção corretiva como o surgimento da “Pane”, a mesma consiste na evolução da falha de forma a acarretar a parada total do equipamento (estado de funcionamento), de forma ao mesmo não atender nenhuma das suas funções requeridas.

         Ao adotar a “Pane” como início da manutenção corretiva, a empresa que assim o fizer, favorece a sua percepção de confiabilidade erroneamente, proporcionando uma permissibilidade inadequada para eventos de falha, pois se o equipamento falhar, e houver possibilidade de conviver com a mesma sem a geração da pane, a situação pode ser encarada com normalidade, o que não é adequado.

Exemplo, desta da degradação gerada por este entendimento, são cenas espalhadas pelas plantas industriais mundo a fora, como mancais sendo refrigerados na base da mangueira de água ou de ar comprimido, ou equipamentos móveis com uma série de alarmes, mas operando mesmo assim, pois enquanto não houver a pane geral, se insiste em sua operação.

 
 
 

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